terça-feira, janeiro 28, 2014

As Mulheres de Terça-Feira, de Monika Peetz

UMA EMOCIONANTE VIAGEM DE TRANSFORMAÇÃO E AMIZADE PELO CAMINHO DE SANTIAGO. Judith encontra o diário de seu falecido marido sobre uma peregrinação inacabada a Santiago de Compostela. Ela e as quatro amigas se unem para completar a jornada – sem saber o que as espera. O guia de viagem prometia: “A cada passo, uma resposta.” Mas o que aconteceu com as amigas foi o oposto: novas dúvidas surgiam conforme cumpriam o percurso, fazendo-as se ques¬tionarem sobre a vida que levam e as escolhas que fizeram. Kiki, Judith, Estelle, Eva e Caroline se despediram de suas ro¬tinas e famílias para se depararem com um caminho livre, um horizonte amplo e um cenário deslumbrante. Algumas bolhas nos pés, muitas horas para refletir sobre si mesmas e aventu¬ras no decorrer do caminho serão responsáveis por trazer a paz de espírito de que precisavam – e fazer com que tomem as decisões que elas nunca tiveram coragem de tomar. “É extremamente excitante ver a transformação de cada personagem. Um livro alto-astral, sábio e com um senso de humor delicioso.” Kölner Stadtanzeiger Online



Uma ótima surpresa.

Sabe quando a gente não espera muito de um livro mas este acaba nos surpreendendo? Pois é. Foi o meu caso com Mulheres de Terça-Feira. Não que eu tivesse começado a ler o livro já pensando que não ia gostar, mas, eu, apenas não tinha grandes expectativas. E isso foi ótimo. Aproveitei muito mais a leitura.

O livro conta a história de cinco mulheres alemãs, da cidade de Colônia, que partem para a cidade de Lourdes, na França, pelo caminho de Santiago de Compostela.

A ideia da peregrinação veio do diário de viagem do recém falecido marido de uma delas (Judith), que pretende com essa viagem, fazer uma última homenagem ao esposo.

Kiki, Caroline, Eva, Estelle e Judith se conheceram à 15 anos atrás em um curso de Francês. Nenhuma delas terminou o curso, mas a amizade continuou e, toda as terças-feiras, elas se reúnem para almoçar um restaurante de Colônia. Elas são diferentes entre si e talvez por isso- e apesar disso- a amizade é forte.

Kiki é uma mulher de 35 anos que parece que ainda não cresceu; sempre à espera da “grande oportunidade”. Caroline é a super advogada, com o “casamento perfeito”. Eva é a ex- médica que abandonou a carreira em prol do marido e dos filhos. Estelle é a dondoca e milionária da turma e Judith... Sem filhos e agora sozinha, ela se vê perdida.

Quando Judith tem a ideia de fazer o Caminho de Compostela até Lourdes (onde seu marido esperava receber uma graça), as amigas logo se propõem a acompanhá-la.

Como tantos livros (e filmes!) com/sobre o mesmo tema, As Mulheres de Terça-Feira fala sobre amizade e descobertas. Porém, engana-se quem pensa que se trata de um livro de auto-ajuda. Não é “ensinado”nada, nem existem lições de moral. O livro é tampouco sobre religião. A religião está presente, é claro, até porque a ação se passa no Caminho de Santiago e o destino final é Lourdes , porém, ela é vista de maneira diferente por cada personagem. Cada um tem a sua fé individual. O importante não era realmente acreditar no milagre de Bernadette ou no aparecimento da Virgem, mas chegar até Lourdes.

Eu gostei muito que a autor não usou ideias pré-concebidas de “ensinamentos” ou doutrinas.

O livro é a viagem de quatro de amigas. O livro é sobre estas quatro amigas e como aquela viagem pode mudar tudo.
Cada uma tem sua peculiaridade e vamos sabendo mais a respeito no decorrer da caminhada. Devo destacar Eva com a que mais se transforma durante a viagem. Ou a que volta a ser o que era, após longos anos. De início ela parece uma mulher frágil, alquebrada, sem vida própria, mas com o decorrer dos quilômetros (ou páginas), eu fui me surpreendo com ela.

Confesso que não gostei de Judith. Nem um pouco. Achei ela uma baita de uma má agradecida; Em nenhum momento ela agradece as amigas por estarem a acompanhando e depois quando algumas verdades são reveladas...argh! Gostei ainda menos da personagem.

O ponto negativo ficou em relação à Estelle. Eu adorei a dondoca de bom coração, porém achei que a personagem, comparada às outras, foi muito pouco desenvolvida. Senti como se ela tivesse sido deixada de lado. Uma pena, pois as melhores falas são dela.

Com capítulos curtos e texto enxuto, As Mulheres de Terça é uma leitura rápida, leve e prazerosa. Em nenhum momento a leitura se torna chata ou enfadonha.Muito pelo contrário. Eu normalmente tenho dificuldade em me conectar com personagens de livros com múltiplos protagonistas,porém, isto não aconteceu aqui. Todas elas mexeram comigo de algum jeito.

Além do drama das amigas, o livro ainda apresenta as paisagens daquela região da França e, por consequência, do Caminho de Compostela, seus peregrinos, albergues e hotéis. É algo muito interessante, mas devo confessar que, se eu já não tinha vontade de fazer o Caminho, agora é que eu não tenho mesmo. (Banho, eu te amo muito pra viver longe de ti!)


Ao final da última página, eu já estava com saudades destas mulheres.



Recomendo!

**
Ao que parece existe um filme alemão baseado no livro.


Título Original: Die Dienstagsfrauen
Autor: ‘Monika Peetz
Editora: Casa da Palavra
Gênero: Romance Contemporâneo
Série: As Mulheres de Terça-Feira- Livro 1
Sub-Gênero/Assunto: Amizade, Viagem,
Período: Atual. Alemanha e França
A Série:
Eu nem sabia que o livro tinha continuações até olhar no Goodreads. Espero que a editora as lance no Brasil.

Livro- Mulheres de Terça-Feira
Livro 2-Sieben Tage ohne
Livro 3- Die Dienstagsfrauen zwischen Kraut und Rüben

Capa Original:
A capa nacional não é feia, mas acho que ela dá uma idéia errada sobre o livro. Algo mais feminino e sutil, como a capa original alemã teria sido melhor.  


4/5

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Como eu nunca tinha lido nada da autora (na verdade, ela era totalmente desconhecida para mim), resolvi incluir esta resenha no Desafio New Author.

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