sexta-feira, janeiro 15, 2010

Desafio Literário:"Faltou Dizer Eu Te Amo",de Carolyn Davidson


DESAFIO LITERÁRIO 2010 / JANEIRO: LITERATURA DE BANCA

Faltou dizer Eu te Amo


Título Original: Texas Gold
Autor: Carolyn Davidson
Editora: Nova Cultural
Colecão: Clássicos Históricos Especial
Série: -Collins Creek
Gênero: Romance
Sub-Gênero/Assunto: Romance Histórico, Segunda Chance .
Período: Texas. Séc. 19
Sinopse:
Por que um casamento pode não dar certo?

América do Norte, 1898


Faith McDowell descobrira que seu casamento com Max McDowell fora um verdadeiro desastre.
Por isso decidiu estabelecer seu lar em uma fazenda no Texas, sem nenhum plano para voltar.

Apesar de amar Max, tinha certeza de que ele seria mais feliz sem ela em Boston.
Do dia para a noite, Max se vira; abandonado pela esposa, sem nenhuma explicação e, o pior, sem nem sequer imaginar qual era o paradeiro dela!
Durante três longos anos percorrera muitos caminhos para afinal descobri-la em uma fazenda inóspita, trabalhando duro e vivendo quase reclusa.
Max queria Faith de volta, mas precisava descobrir por que realmente ela partira!





***



Finalmente,huh? Finalmente estou postando minha primeira resenha para o Desafio Literário do Romance Gracinha. Em meu favor eu tenho a dizer que eu só li o livro (e o reserva) nesta semana, então...
Okay! Chega de blá blá blá... vamos ao que interessa, certo? O tema de janeiro para o Desafio foi *Literatura de Banca* e o meu livro escolhido foi Faltou Dizer Eu te Amo, de Carolyn Davidson.

Antes de eu falar sobre o livro em si gostaria de dizer algumas palavrinhas em relação à esse gênero, a literatura de banca. Admito, eu era uma dessas pessoas *esnobes* que torciam o nariz a cada vez que alguém mencionava Júlia, Sabrina, Bianca e afins...ler um livro da Norah Roberts? Nem pensar! Danielle Steel? Brega demais! (se bem que continuo não gostando dos livros dela...^.~) Para mim, literatura era Tolstoi, Balzac, Machado...o máximo *pop* que eu lia eram os livros de mistério(que continua sendo meu gênero favorito).

Isso foi até eu ganhar um livro chamado Suave é a Noite, da Jo Goldman na Bienal do Livro em São Paulo. Sim, era um livro de banca! Porém a capa é singela , o título não era ridículo, e a sinopse apontava algo meio mistério...então, eu li...e amei! E este foi o primeiro de uma série e o início de uma obsessão.

Acabei descobrindo que existem tesouros escondidos nestes livrinhos. Claro, não podemos comparar uma Austen ou Bronte com Suzanne Enoch e outros, mas, em seu estilo, os livrinhos de banca têm qualidade. Qualidade mais acentuada quando se trata dos Romances Históricos (aqui, é uma questão de gosto pessoal pois existem muitos bons).

Falando em qualidade, pude perceber como a tradução influi em muito na mesma. Infelizmente, as traduções são, de maneira geral, muito ruins. A Nova Cultural tem melhorado (se compararmos com edições antigas), porém, a Harlequin [Editado (set/2010): Venho percebendo que a Harlequin tem melhorado e muito a
/na qualidade de seus livros...tanto na parte gráfica quanto na qualidade de seus textos). Se vocês tiverem a oportunidade de lerem o mesmo título no original, o façam! Vocês verão a diferença! Aliás, uma boa forma de acabar com preconceitos é lendo a obra no original- você se surpreender em perceber que a aquele livro *chique* que você leu em inglês é o mesmo que está à venda na banca da esquina mas que você tinha *vergonha* (ou sei lá o que!) de comprar/ler...

E afinal de contas, podemos citar Na Escuridão da Noite, que apesar de seu jeito *chique* é uma leitura de banca, ou pelo menos *irmão* de uma. Afinal, sua seqüência é Ainda Te Amo, Clássicos Históricos n. 282:)

Pensem nisso. Como uma ex-preconceituosa (ou anti-Romances, como queiram) eu falo, ir contra qualquer gênero literário está totalmente por fora, viu? Claro, existem os gostos pessoais mas, preconceito, gente, isso sim é brega demais!

Mas agora vamos ao livro que eu escolhi. Faltou Dizer que Eu te Amo é um bom livro.
Sou fã confessa de Carolyn Davidson e admito que este não figura entre os meus favoritos, mas , não deixou de ser uma leitura deliciosa.

Se tivesse que rotular a obra de Davidson em uma só palavra, escolheria, adorável. Sim, os livros dela são simplesmente adoráveis. E este não é uma exceção.

Faltou Dizer Eu te Amo começa quando a maioria dos livros geralmente termina: no depois do * ...E foram felizes para sempre*. A história é basicamente a tentativa de um Max, um homem rico do leste trazer de volta a esposa, Faith, que fugiu para uma cidadezinha no interior do Texas. Á princípio, ele apenas a quer de volta, não entendendo como alguém pode trocar uma vida de conforto em Boston por um dia-a-dia de dificuldades e trabalho árduo em uma pequena propriedade rural.

A intenção dele é mudar a mente dela, fazê-la voltar. Porém, com o passar do tempo, ele começa a descobrir muito mais sobre a esposa e sobre o próprio casamento. E aos poucos começam a surgir informações, detalhes daquela vida que ele achava ter sido *perfeita*, e da tragédia que foi o catalisador da fuga de Faith.

Tudo isso é testemunhado por personagens secundários que circundam a vida do casal. E Carolyn Davidson não desaponta com seus coadjuvantes: temos a autoritária mãe de Max, o casal vizinho Lin e Nicholas (cuja história aparece em Fica Para Sempre ), o apaixonado xerife Brace (simplesmente amei ele. Tão doce e...fiquei com tanta pena!), além é claro da égua Moça Dourada e do cão Lobo.

No decorrer da leitura, queremos muito que o casal se acerte, mas ao mesmo tempo desejamos firmemente que Max compreenda os motivos de Faith.

E ao terminarmos o livro, temos a clara impressão de quem precisava ser salvo era Max e não Faith.

Este livro eu recomendo.


Dois Trechinhos:

'Faith não entendeu os motivos de tanta satisfação, até ele a mirar. A ternura que via em seus olhos deixou-a surpresa. Max não era dado a demonstrações de carinho. Pelo menos não fora enquanto estiveram casados. Por algum motivo, durante a última semana, ele assumira atitudes completamente diversas. E a cautela, sua grande e velha amiga, voltou a fazer-lhe companhia.

— Às vezes não o entendo. Você não é o mesmo homem que eu deixei há três anos. E... — Faith hesitou, antes de continuar. Não pretendia ser ofensiva. — Eu me pergunto se poderei confiar no homem que você me apresentou como o verdadeiro Max McDowell atual.
(...)

— Acha que estou fazendo algum tipo de jogo com você? — Max perguntou. — Duvida da minha sinceridade?

Faith sacudiu a cabeça e Max tomou a hesitação que se seguiu como um recuo.
— Não duvido de que você me queira de volta — ela finalmente declarou. — Mas eu não acho que o conheço, Max.

Aquela era uma verdadeira ironia. Ambos tinham a mesma opinião um do outro.

— Acredito que nós não chegamos a desvendar o verdadeiro caráter de cada um, Faith. Por comodidade ou falta de interesse. Quem é que poderá saber? — Max fitou o curral, o pasto e depois a casa. — Tudo isto — ele fez um gesto amplo que englobava o que se via — causou a sua transformação, e, para entender você, estou procurando adaptar-me a este lugar. Acho que é mais fácil agir assim, em vez de ficar imaginando o que você era ou não era ou que parecia ser quando estávamos em Boston.'


***


'Faith abaixou-se para levantar a tampa do depósito frio na despensa, e Max não pôde tirar os olhos dos contornos do traseiro, da barra da saia erguida e dos pés descalços.

Faith tirara as meias e os sapatos. Quando ela se endireitou e voltou para a cozinha, os dedos visíveis sob o vestido compunham a visão mais convidativa que ele via havia algum tempo. Só podia ser comparada à imagem que testemunhara nas primeiras horas daquela manhã, quando vira Faith sair de casa de camisola. Max a observara da cozinha, para ter certeza de que ela não correria perigo. Retornara ao seu quarto quando Faith fechara a porta do banheiro, e ele voltara para a varanda, sob a luz pálida que precede a madrugada. Sua esposa permanecera por muito tempo do lado de fora da casa, o que o deixara preocupado. Sem ceder à tentação de ver o que acontecia, esperou até Faith entrar e fechar a porta da cozinha sem fazer ruído.
Sentira-se como um rapazote espiando a namorada pela janela.'

Cotação:

4/5

PS: Se você encontrar qualquer erro neste post, por favor, me avise para que eu possa corrigi-lo.

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