Existe uma expressão em inglês chamada ‘personal pet peeve’ ou simplesmente, pet peeve. Não há exatamente uma tradução para o português, mas é algo próximo do ‘birra pessoal’. Um dos meus maiores pet peeves, ou birra pessoal, é ler livros de uma série fora da ordem. Se um escritor escreveu determinados livros em uma certa ordem, eu quero- e me vejo no direito de- os ler na ordem pretendida pelo autor (ou autores, dependendo do tipo de série).
O que eu não entendo, portando, é por que as editoras brasileiras insistem em lançar livros fora da ordem estipulada pelo autor/editora original. Muitas séries são lançadas aqui de modo aleatório, fora da ordem e, pior, com volumes (livros) faltando.
Quantas séries literárias de quatro, cinco livros em que apenas os livros dois e três são lançados no país, nós não nos deparamos? E as editoras muitas vezes nem se preocupam em dizer que este ou aquele livro faz parte de uma série!
Não estou aqui para apontar esta ou aquela editora. Não. Acredito que praticamente todas as editoras tenham certa ‘culpa no cartório’.
Penso que o mundo editorial brasileiro cresceu, mudou- e sim, por que não?- melhorou muito nos últimos tempos. Mais pessoas estão lendo, mais livros estão sendo lançados, muitas vezes não precisamos esperar anos para vermos no país uma obra recém-lançada no exterior. Claro, também que muita coisa precisa ser melhorada como a qualidade das revisões e traduções, o fim da ‘suavização’ de estórias/trechos mais adultos, ampliação do público alvo (nem todos são adolescentes que gostam de YA com temática sobrenatural), etc. Além, obviamente, e voltando ao tema em discussão, da questão das séries incompletas e fora de ordem.
(Ocorre também de certos livros serem lançados na ordem correta porém entre um volume e outro, demora-se anos para o lançamento aqui em Terras Brasilis.)
Eu me considero uma privilegiada por saber ler em inglês e ter condições de comprar um livro importado a fim de ‘cobrir’as lacunas de uma série. Mas, nem todos sabem Inglês ou podem importar um livro- o que estas pessoas, leitores, devem fazer? Tentar adivinhar o que o autor escreveu no livro não lançado no Brasil?
O leitor é um cliente, um consumidor. E como tal, merece respeito.