Título Original: The forced bride Autor: Sara Craven Editora: Harlequin Gênero: Romance Contemporâneo Coleção: HQ Jessica 79 Sub-Gênero/Assunto: Romance de Banca, Casamento por conveniência, Abuso Período: Dias Atuais. Inglaterra |
Atenção: esta resenha contém Spoilers.
*Honestamente, eu não sabia nem por onde começar com essa resenha. Desde Cheio de Charme que não me sinto tão negativamente impactada com um livro. Ah, mas é apenas um livro. E de banca. Jéssica. Sim, é apenas um livro, claro. Mas insulto é insulto e no meu entender, estupro é estupro. Não é sexy nem romântico. Não importa se o estuprador seja o marido, o primo ou o bandido que acabou de fugir da cadeia.
Confesso, que já de início achei a premissa do livro bem absurda: uma jovem é obrigada pelo pai a se casar com um (praticamente) estranho a fim de poder receber sua herança. O mote não é ruim se estivéssemos falando de um romance histórico. Agora, em uma estória que se passa na Inglaterra contemporânea...
Muitas vezes lemos um romance com uma certa quantidade de condescendência de nossa parte. Livros protagonizados por gregos, italianos, etc não possuem exatamente os mais calmos dos mocinhos- mas em nenhum momento (nem mesmo o morador mais grosseirão de Jacobsville) eles são deliberadamente violentos. São cavalgaduras, sim- mas até mesmo nos momentos em que a intimidade parece forçada existe uma sedução, um toque de romantismo.
Isso não ocorre em O Limite do Desejo. Rafaele, o tal conde simplesmente possui a esposa a força. Em outras palavras, ele a estupra. Não existe sedução, ou beijos ou palavras de carinho. Ou até mesmo uma tentativa de conquista. Não, ele simplesmente decide que ela, por ser sua mulher, é sua propriedade e por isso deve satisfazê-lo. Ela queira ou não.
Eu sou fã de Diana Palmer e, muitas vezes, gosto de um romance que tenha um toque ‘mais agressivo’ por assim dizer- mas aqui não estamos falando de sexo apimentado mas de estupro mesmo. Do homem agarrar a mulher, arrancar sua roupa, violentá-la e depois levantar –se como se nada tivesse acontecido. Não existe carinho, ou um beijo- nem que seja para fingir que a violência não ocorreu.
Obviamente, ao final temos o que chamamos de "fomos felizes para sempre" , com uma declaração de amor fajuta e quase ridícula. Contudo, o nosso herói em nenhum momento admite a violência que cometeu (é como se aquilo tivesse sido normal. Afinal, ele estava no direito dele, né?). E o pior, Emily, a mocinha, parece desenvolver quase que uma Síndrome de Estocolmo. Ela é apenas um objeto e o marido é seu dono.
Alguns livros não nos agradam devido a qualidade da escrita, inconsistência da estória. Ou simplesmente porque não nos conectamos com aquela estória em específico.
Alguns livros simplesmente não nos agradam. Outros, nos insultam.
Capa Original:
Cotação:
1 / 5