O autor Javier Sierra nos oferece um fantástico romance de mistério e intriga sobre uma das lendas mais antigas e estranhas da América? A Dama Azul.
Em Los Angeles, Jennifer Narody, antiga espiã do Departamento de Defesa, sonha repetidamente com uma fantasmagórica mulher vestida de azul. Jennifer não sabe, mas esse mesmo espírito apareceu, mais de três séculos antes, para os chefes de uma tribo indígena do Novo México. Ao que tudo indica, a verdadeira responsável por aqueles acontecimentos foi uma freira espanhola que podia ?bilocar? ? isto é, tinha a habilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Enquanto isso, na Espanha, uma tempestade de neve deixa o jornalista Carlos Albert isolado no distante povoado de Ágreda. Lá, ele conhece o convento fundado no século xvii por aquela mulher de hábito azul. Intrigado com seus poderes, decide investigar. Esses fios, unidos pelo suposto suicídio de um sacerdote em Roma, levarão Carlos até Los Angeles, onde os pesadelos de Jennifer Narody guardam a chave de um mistério que a Igreja católica, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos e outras misteriosas forças ? das quais é melhor não falar ? estão empenhados em ocultar. O segredo das bilocações da dama azul está em jogo.
A primeira coisa quando se lê a respeito de A Dama Azul ou até mesmo quando se começa a ler o livro é, de alguma forma, associá-lo ao Código Da Vinci. Nada mais justo. À princípio. Tramas internacionais e mistérios da Igreja Católica parecem sempre nos fazer lembrar de Dan Brown, pelo menos de alguns anos para cá. A semelhança com Dan Brown está justamente niss: uma trama com mistério e “assuntos da igreja”. Porém em A Dama Azul existe um toque de misticismo, quase fantasia, que não está tão presente nas obras do autor norte-americano.
Este é o típico livro difícil de se resenhar. Não há muito o que se dizer sem falar sobre a história e quanto menos se falar sobre esta, melhor. É como um ciclo vicioso. A trama conta com histórias aparentemente distintas, ocorrendo em lugares e datas diferentes (como a Itália dos Anos 90 e o Novo México do Séc. 17) que, pouco a pouco, vamos aprendendo a corelacionar. São “pontas soltas” cujo denominador comum é A Dama Azul; Irmã Maria de Jesus de Ágreda, uma freira espanhola do século 17 que, supostamente teria o poder de bilocar-se.
A irmã Maria de Jesus, assim como outros personagens do livro foram pessoas reais o que torna a leitura bem mais interessante e instigante. Mesclando fatos históricos e uma boa dose de fantasia, o autor nos leva para aquele mundo mágico das suposições.
O livro, é claro, também fala sobre a fé, a falta desta e sobre as coincidências; sobre propósitos. E é interessante ver que, embora o autor critique a Igreja em si ele nunca desrespeita a fé.
Eu adoro História e, apesar de, em alguns momentos, achar que o autor tenha viajado um pouco, A Dama Azul é o tipo de leitura que sempre me atrai. Mesmo sendo um livro ficcional, adoro poder conhecer mais sobre os personagens reais que aparecem na trama.
A Dama Azul não é um livro de leitura rápida. Pelo menos não foi comigo. Em nenhum momento o livro foi maçante ou algo do gênero, porém, são tantas informações e fatos acontecendo que o ritmo da leitura acaba por tornar-se mais lento. Além disso, são citados inúmeros nomes e lugares que até mesmo o menos curioso dos mortais de vê compelido a dar nem que seja uma única “espiadela” no Google.
Os grandes trunfos do autor foi fazer com que soasse minimamente crível uma história um tanto mirabolante e juntar as ‘pontas soltas’ para de modo que estas fizessem sentido. Contudo, este ponto positivo, também o que deixou a desejar no livro; apesar de tudo estar claramente interligado, senti falta de uma ligação mais concreta entre estas “pontas”. Talvez ligação não seja a palavra certa, e é difícil conseguir me expressar sem soltar spoilers mas, digamos assim que senti falta de um “arremate final”.
De qualquer forma, A Dama Azul é uma leitura instigante e que merece ser conhecida por quem gosta de livros do gênero.
Recomendo!
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Este livro foi a minha segunda leitura neste mês para o Desafio Literário. O tema era "Cor ou cores no título".
Título Original: La Dama Azul
Autor: Javier Sierra
Editora: Planeta
Gênero: Romance* (no sentido de prosa ficcional, hein!)
Sub-Gênero/Assunto: Religião, Mistério, Paranormal , Romance Contemporâneo, Romance Histórico, anjos
Período: Novo México e Espanha, Séc. 17. Espanha, EUA e Itália, anos 90, séc. 20.
Outras Capas:
4/5