terça-feira, junho 10, 2014

Dublin Street, de Samantha Young

Traumatizada pelo seu trágico passado, a americana Joss muda-se para a Escócia, na romântica Edimburgo, onde espera começar uma nova vida. Durante quatro anos tenta negar memórias dolorosas, refugiando-se na escrita, no sonho de um dia, finalmente, pôr os seus fantasmas no papel. Mas de repente tudo muda... Quando vai morar em um luxuoso apartamento na Dublin Street, conhece o desconcertante Branden, um carismático milionário que exerce sobre ela um irresistível fascínio. Joss se vê numa encruzilhada. Sabe que a atração entre ambos é imediata, avassaladora. Mas os demônios do seu passado a impedem de se entregar ao sensual escocês. É então que ele lhe propõe um estranho acordo, que lhes permitirá explorar a atração entre eles sem se envolverem emocionalmente. Joss aceita. E no início acredita, inocentemente, que o acordo vai dar certo. Mas Branden quer mais, muito mais, quer tudo. Quer desvendar todos os seus segredos - e está disposto a mudar o que for preciso para tê-la por inteiro. Mas será que ela está disposta a ir até o fim?



De modo geral, o clichê não me incomoda. Se é bem colocado e honesto, eu até curto. O que importa é como a história está sendo contada. Porém, não posso deixar de dizer que me agrada- e muito- quando uma história, aparentemente comum e “igual” à tantas outras do mesmo estilo, apresenta elementos diferentes.

É o caso de Dublin Street.

Em um primeiro momento, parece ser mais um livrinho comum, como tantos outros, com um herói macho-alfa, traumas do passado e a dificuldade de (um dos protagonistas) de se relacionar. Sim, Dublin Street é isso, mas também tem algo mais- e este “algo a mais” que, queremos ou não, faz toda a diferença.

Seria muito simplório dizer que Joss Butler, uma jovem americana radicada na Escócia, é uma pessoa traumatizada, ou que tem “sérios problemas”. É algo além. Joss experimentou a dor da perda daqueles que mais amava quanto de si própria. Em determinado momento da vida, ela simplesmente desistiu. Como se “seguir vivendo” fosse suficiente. Quando ela se muda para um apartamento na Rua Dublin (Dublin Street), Joss não espera nada além de um lugar novo para morar e uma nova colega de apartamento. Porém, não é exatamente isso o que acontece.
Ellie, a nova colega, não só é extremamente expansiva e alegre como tem um irmão, Branden que acaba afetando- e muito- a libido ( e muito mais) de Joss.


Branden, de muitas formas, é um típico mocinho macho-alfa, mandão, sexy e cheio de si, mas também muito perspicaz e pouco a pouco ele começa a baixar a guarda de Joss. O problema é saber se ela está preparada. Afinal uma relação que deveria ser “puramente sexual” parece ótima na teoria, mas na prática, nem tudo acontece de acordo com os planos.

O convívio com Branden, Ellie, a família deles começa a suscitar em Joss uma série de sentimentos confusos e até os ataques de pânico, que pareciam há tanto tempo superados, voltam a assombrá-la. É o momento de buscar ajuda.

Narrado em primeira pessoa, Dublin Street, mostra a tentativa de Joss de tentar mudar, de lidar com os pr’prios traumas. De um lado temos o convívio dela com Ellie, a relação “puramente sexual” com Branden
, de outro, testemunhas suas conversas com a terapeuta. É interessante ver como ela analisa seus atos e seus erros; sabendo dos passos em falso, mas mesmo assim se sentindo incapaz de mudar.
Não negar que, por muitas vezes, queria Joss resolvesse logo os seus problemas e dissesse pro Branden que o amava e todos fossem felizes para sempre. Porém, gostei que a autora não seguiu por esse caminho. Afinal, os problemas não desaparecem só porque você começa a transar com um gostosão. É preciso tempo.

Dublin Street foi um livro que me surpreendeu; apesar de tratar de assuntos difíceis, como a perda e a síndrome do Pânico, em nenhum momento a leitura é pesada. Muito pelo contrário, a autora consegue trazer uma leveza impressionante à trama, misturando muito bem o romance e o drama. Eu apenas achei que as cenas de sexo poderiam ser um pouco mais curtas. Elas estão bem inseridas, sempre dentro do contexto (detesto quando enfiam sexo “do nada”) , porém, achei que, algumas, eram um pouco extensas. É apenas uma questão de gosto pessoal; acho que, aqui, a questão ia muito além da relação sexual de Branden e Joss.

Dublin Street é um livro, belo, intenso e surpreendente.

Recomendo!

A Série

Dublin Street não faz exatamente parte de uma série mas sim de um "universo" criado pela autora; pelo que eu pude ver a autora escreveu novellas e short-stories envolvendo os personagens deste livro, além de outros livros com outros personagens. A lista completa pode ser vista aqui.


Título Original: On Dublin Street
Autor: Samantha Young
Editora: Quinta Essência
Gênero: New Adult
Série:Dublin Street-Livro 1
Sub-Gênero/Assunto: Segunda Chance, Doenças, Superação, Drama, Hot
Período: Atual. Escócia.

Outras Capas:




4.5/5

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