terça-feira, setembro 02, 2014

Provocante, de Madeline Hunter

OS TRISTES DIAS DE UMA JOVEM FORÇADA A SE CASAR.
Verity Thompson desapareceu no dia do seu casamento. Seu paradeiro ficou em segredo por anos, um longo período no qual seu marido, o conde de Hawkeswell, viveu na penúria e na incerteza. Verity deixou para trás uma fortuna imensa, porém, inacessível à família, pois sua morte não havia sido oficialmente declarada. Nem poderia, já que ela estava bem viva. Ao ser obrigada a se casar, ela foge de Londres e refugia-se no campo. Abandonou sua fortuna em troca da liberdade. Mas o destino tem os seus próprios desígnios e a jovem se vê obrigada a regressar à cidade e a um casamento sem amor. Seu arrogante marido, porém, está disposto a chegar a um acordo: se Verity lhe der três beijos por dia, ele não a obrigará a cumprir os deveres conjugais. Mas, claro, há beijos e beijos… e Verity vai perceber até que ponto foi realmente um erro se entregar nas mãos de um hábil mestre.



Ótimo!
Sim, vocês não viram errado: eu realmente dei 5 estrelinhas para Provocante. Só por esse detalhe já dá para deduzir que eu gostei do livro. E muito.

Engraçado como as coisas são, o primeiro livro que li de Madeline Hunter foi Regras da Sedução, série Os Rothwells e não vou dizer que desgostei, mas tampouco amei. Achei a escrita enfadonha, parada. Quando eu comecei a ler Deslumbrante, primeiro volume da série As flores mais raras minhas expectativas, portanto, não eram as mais altas e não é que eu amei o livro?! E o mesmo aconteceu com este segundo da série. Assim como Deslumbrante, Provocante me conquistou de imediato.

Usando um linguajar romântico, eu diria que fui “arrebatada”.

Provocante começa com Grayson, Lorde Hawkeswell, amigo de Sebastian, o mocinho do livro anterior, reencontrando sua esposa. Sua esposa até então desaparecida e considerada morta por muitos.
Apesar de possuir um título, Hawkeswell está a beira da ruína e somente um casamento “vantajoso” seria a solução. A pretendente escolhida é Verity Thompson, uma jovem órfã e recatada, filha de um industrial. Apesar de comerciantes e afins serem considerados cidadãos de segundo classe, Hawkeswell vê nesse casamento a chance de se reerguer financeiramente. E, Verity, claro, se casaria com um nobre, algo muito bem quisto por seu tutor e primo. Obviamente, não perguntaram a opinião dela.

Eis que, logo após a cerimônia de casamento, Verity desaparece e Hawkeswell fica preso em um espécie de limbo: não pode se casar novamente, nem receber o dote.
Os anos passam e Hawkeswell finalmente a encontra. Ironicamente, Verity estava mais próximo do que ele podia imaginar. Aquele reencontro seria finalmente a solução dos problemas, porém ela já não é a mesma jovem tola e submissa de anos atrás- e mais importante, não quer estar casada com Hawkeswell.

O reencontro- e finalmente, casamento (como instituição)- acaba se tornando uma batalha de vontades e não resta nada ao jovem lorde a não ser conquistar a esposa. Ele sabe que tem direitos sobre ela, por lei, porém não quer que o casamento fique ainda mais insustentável do que já está. Hawkeswell não pede nada, nenhuma obrigação “matrimonial”. Apenas beijos diários.

E a cada beijo... bem , já dá pra saber aonde isso vai dar, né?
Que leitura encantadora! Além de uma trama bem interessante que usa o clichê “Casamento de Conveniência” de forma não tão óbvia, a construção dos personagens e situações me fizeram sentir completamente envolvida pela história.

Em meio a uma história de amor à segunda vista, a autora tece uma apropriada crítica social da época retratada. Assim como mostrado em outros livros dela, a condição da mulher naquele período era difícil e por vezes até mesmo intolerável. Além de questões de confiança que a fizeram fugir (não entrarei em detalhes) Verity sabe que, uma vez casada nada será como antes. Tudo que é seu será do marido. Ela será do marido.

Hawkeswell é, de certa maneira, um homem de boa paz, mas para ele é difícil compreender a situação que a jovem esposa se encontra. E por mais que os dois sejam casados no papel há anos, eles não passam de dois estranhos.

Eu gostei que os dois vão se conhecendo e, aos poucos, compreendendo a natureza de cada um. É claro que o livro fala da atração entre os dois, mas, principalmente, fala da amizade que começa a surgir. Verity não confia no marido, mas Hawkeswell vai provando que ele não é mais um “lorde libertino”.

Como todo romance, o casal precisa ter “química” para a história de amor funcionar e aqui funcionou- e muito! À princípio, Hawkeswell parece ser mais um desses nobres despreocupados e farristas, mas vamos percebendo nele uma força incrível.

Verity também me conquistou por não ser uma mocinha tola e cheia de vontades.

O livros é cheio de desentendimentos e desencontros e isso, não posso negar, causa uma certa frustração. O que uma boa- e definitiva- conversa não faria, hein meus caros? Se eu devo falar sobre um defeito do livro é justamente isso: em determinado momento, eu tive a sensação de que tudo já poderia ter sido concluído, acertado.

Mas sabe, mesmo assim, Provocante me encantou. Um livro 5 estrelas, pra mim, é aquele cuja história “bate” comigo; quando existe uma conexão. É difícil explicar.

Com uma boa trama, romance, drama e personagens cativantes , Provocante é uma ótima leitura. Deixa a a gente com gostinho de quero mais.

Recomendo.





Este Livro foi gentilmente cedido pela Editora. 

Série:

Livro 1- Deslumbrante [Resenha]
Livro 2- Provocante
Livro 3-Sinful in Satin
Livro 4- Dangerous in Diamonds


Título Original: Provacative in Pearls
Autor: Madeline Hunter
Editora: Quinta Essência
Gênero: Romance Histórico
Série: As Fores Mais Raras
Sub-Gênero/Assunto: Casamento de Conveniência, Falsa Identidade, Casados
Período: Regência


Outras Capas:

5/5

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