Suspense no estilo clássico.
Ultimamente tem surgido uma onda de livros de suspenses psicológicos, geralmente escritos numa primeira pessoa do sexo feminino e com narrativas não lineares. É um método narrativo interessante e válido. Porém, na busca de ser um/uma novo(a) Gillian Flynn (autora de Garota Exemplar, que eu detestei), autores vem cometendo excessos. O suspense muitas vezes é deixado de lado em prol de uma escrita “diferente”. Por isso, foi com ótimos olhos (e renovada esperança!) que comecei a leitura de A garota no gelo.
E não me decepcionei.
A garota no gelo é um suspense policial clássico, onde existe uma morte e uma detetive capaz de (quase) tudo para desvendá-la. Escrito de maneira linear, a história concentra-se na morte de uma jovem da alta sociedade londrina. Encarregada da investigação está a detetive Erika Foster.
Estrangeira e com seus próprios demônios para assombrá-la, a policial vê-se no meio de um mundo de aparências e politicagem e onde até a força policial parece estar contra ela.
Não se deve esperar nada muito original no decorrer da trama, mas isso foi uma das coisas que mais me agradaram. Claro, o psique da protagonista é posto em destaque várias vezes, mas o principal aqui é o mistério. É ele, o “quem matou” que permeia todo o livro e faz com que a leitura seja intensa e gratificante. É aquele tipo de livro que a gente lê “numa sentada só”.
E apesar do estilão clássico, o autor não apela para a obviedade. Os personagens são bem construídos e a história faz sentido. Tudo se encaixa.
Não é uma leitura inesquecível e, com certeza, não é meu romance de suspense favorito, mas, cumpre bem o seu papel: o de entreter.
Vale a Pena a Leitura!
Título Original: The girl in the ice
Autor: Robert Bryndza
Editora: Gutenberg
Série Erika Foster- Livro 1
Gênero: Romance Policial
Sub-Gênero/Assunto: Crime e Mistério, Detetives, Thriller
Período: Atual. Inglaterra.
4/5