segunda-feira, novembro 09, 2015

[Resenha] Inveja - Sandra Brown


“Uma editora resolve ler o prólogo de um manuscrito retirado de uma pilha imensa de textos enviados por autores esperançosos. O título é Inveja e o que a editora lê a interessa tanto que ela resolve partir em busca do tal autor, que assina apenas as iniciais e não deixa endereço ou telefone. "Estava fisgada, ansiosa para saber mais, queria ler o resto da história." O problema é que ele vive isolado numa ilha, não quer contato com ninguém e parece arrependido de ter enviado o prólogo. Pelo menos, é isso o que parece.

Sandra Brown constrói uma história em dois planos. Num deles, narra seu romance Inveja e em outro o livro homônimo de Parker, o autor recluso, que começa a ser escrito. A editora, Maris, uma mulher bonita, independente e ambiciosa, resolve encarar como um desafio a recusa inicial de Parker, ao mesmo tempo em que seu marido e a amante libidinosa dele preparam uma surpresa desagradável para Maris, que é completamente apaixonada por ele, mas... "declarações de amor não significavam nada para ele. Eram seqüências de palavras sem qualquer relevância".



Sandra Brown é uma das minhas autoras favoritas. Quando um livro dela é lançado eu já quero logo ler, comprar. Infelizmente, aqui no Brasil, ela é publicada pela Rocco. E, bem, vocês sabem como a Rocco é. O que me resta são os importados, mas às vezes nem sempre é fácil comprar. Quando eu ganhar um capa-dura com o autógrafo dela num Giveaway do GoodReads mal pude acreditar!

Isso foi à quase 2 anos. Li outros livros dela, mas sempre deixava Inveja (Envy) pra depois. Até agora.

Inveja fala sobre vingança e...livros.

Herdeira de uma das mais importantes editoras de Nova Iorque, Maris Matherly também é uma excelente editora. Seu talento em conhecer ( e reconhecer) sucessos é inegável. Ela tem, por assim dizer, “faro”. Por isso, quando ela encontra “perdido” o prólogo de uma romance chamado Inveja, Maris sabe que precisa encontrar o autor e apresentar logo um contrato à ele. Aquelas poucas páginas eram boas demais para ficarem incompletas. O problema é que o rascunho estava apenas assinado com uma inicial.

Depois de muita procura, Maris descobre que o misterioso escritor é Parker Evans, que mora numa remota ilha da Georgia. É aí que aparece outro problema: Parker não quer ser achado. Nem que seu livro seja editado. Ele diz que o envio daquele manuscrito havia sido um erro- e que ela o esquecesse.

Claaaaro que Maris não faz isso: ela parte para Georgia atrás dele.
Para Maris, os livros são mais que o “negócio da família” ou o seu emprego. Ela os ama apaixonadamente. Até mesmo seu casamento aconteceu devido à literatura; antes de conhecer e se apaixonar por seu futuro marido, ela já havia sido totalmente “fisgada” por suas palavras, através do único (e enorme sucesso) livro que ele escreveu.
Bem, a base da história é isso. A busca por um autor e um manuscrito inacabado. Mas, é claro, não é somente, mas também pode ser que isso seja tudo.
Inveja é narrado em duas “frentes”: a “real” com Maris, e de “Inveja”, o livro inacabado. Porém, a partir que os capítulos de inveja vão sendo “escritos”, a gente começa a perceber que as duas histórias podem estar interligadas. Falando assim, parece até algo complicado, mas a autora soube trabalhar muito bem essa quase metalinguagem.

O livro não é necessariamente um livro de mistério; pelo menos, não de forma óbvia. É um suspense tenso no qual a gente começa logo a perceber que não pode confiar em ninguém. O único personagem que tem um papel definido como “mocinha” é mesmo Maris, porém, apesar do que possa parecer à princípio, a trama (ou as motivações, melhor dizendo) não ocorrem por causa dela. Maris é uma heroína romântica, não há dúvidas. Todavia, eu gostei muito que a autora fez dela um ser pensante, inteligente. Tirando um pequeno deslize na trama, Maris é aquele tipo de mulher que sabe o que quer.
Analisando friamente, a trama de Inveja não apresenta muitas novidades, mas o que realmente faz a diferença é a forma como a história é construída- e como vai sendo revelada. São duas histórias que, pouco a pouco, vão se fundindo.

Os personagens são um destaque à parte. Ouso dizer que são o melhor do livro- eles fazem o livro. A Dissimulação é um elemento muito presente- tanto para o bem quanto para o mal. Eu achei ótimo poder me surpreender. No início, tudo parece ser muito banal, quase sem graça, mas daí que vem o charme da sutileza. São pequenos detalhes, palavras e gestos que vão aparecendo aleatoriamente mas que começam a formar toda uma situação.

Inveja é um livro envolvente, aquele tipo de leitura viciante. Não sei se seria certo chamar o livro de “suspense romântico”. Claro, existe um pouco de romance na história- e este romance é um ponto importantíssimo, mas ao mesmo tempo, o romance não é o mais importante. É apenas um aspecto de um todo.

O que eu gosto nos livros da Sandra Brown é que ela não se deixa prender por esse lado totalmente romântico; o principal *é* o suspense e, mais do que isso, seus personagens são humanos, terrivelmente humanos e...falíveis.

Eu posso dizer que adorei a leitura de Inveja...até quase o final. Aí, veio a decepção. Sim, o final foi totalmente coerente mas achei tudo muito corrido e sem um devido clímax. Foi uma penas, pois a história havia sido muito bem construída até então.

De qualquer forma, Inveja foi uma leitura intensa, que me despertou sentimentos. Como odiei um certo personagem! Só por me depertar tantas emoções já valeu a pena.

Se você gosta de um bom suspense, com uma pitada de romance, Inveja é mais do que recomendado.

Claro que eu recomendo!

**Resenha enorme e não sei se fiz algum sentido, rs! **

Título Original: Envy
Autor: Sandra Brown
Editora: Rocco
Gênero: Romance Policial
Sub-Gênero/Assunto: Vingança, Suspense Romântico, Escritores
Período: Atual. EUA.


Outras Capas


4/5

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